4 MIL BANESPIANOS PARARAM NESTA MANHÃ
Terminou agora há pouco a greve de advertência dos banespianos, que paralisou totalmente as atividades das agências Central, Patriarca e Nasbe até às 12h. Os cerca de 4 mil banespianos das três unidades aderiram de pronto ao protesto contra o início das visitas técnicas dos bancos privados interessados na “doação” do Banespa. Nem mesmo a queda brusca de temperatura e a garoa intermitente conseguiram frear a disposição do funcionalismo. “Até os interventores do Banco Central ficaram do lado de fora”, lembra o presidente da Afubesp, Eduardo Rondino.
O dirigente foi um dos negociadores com os representantes da direção do banco, que queriam a entrada dos chefes de departamento, e com o Comando da Polícia Militar. “A PM não é formada para dispersar a luta de trabalhadores”, explicou Rondino ao Capitão Venâncio, num tenso diálogo na porta da Central. Ao final, os próprios comandantes do destacamento perceberam que os funcionários não tinham a mínima intenção de furar a greve. Quando Rondino perguntou ao microfone se alguém queria entrar, um sonoro NÃO ecoou por toda a João Brícola.
Para a diretora de Divulgação Ivani Baptistão, os nove bancos interessados no Banespa serão notificados de todas as ações em andamento e que podem no futuro reverter a venda. “Além de pretender esclarecer à população sobre as irregularidades do processo de privatização, essa manifestação também serviu como uma notificação, um aviso aos banqueiros de que não vamos recebê-los de braços abertos.”
Antes de convidar os banespianos a encerrar o ato com um abraço no prédio da Central “para mostrar para os banqueiros que eles não vão entrar”, Ana Érnica, diretora do Seeb/SP, disse esperar do funcionalismo essa mesma garra e disposição tanto na campanha salarial como nos futuros atos em defesa do Banespa.
fonte: AFUBESP