1º de dezembro: Dia Mundial de Luta contra a Aids
Pela primeira vez, a campanha brasileira promovida pelo Governo Federal no Dia Mundial de Luta contra a Aids, que ocorre nesta sexta-feira, 1º de dezembro, tem como protagonistas pessoas comuns que vivem com HIV.
Elas participam dos dois vídeos e dos materiais publicitários que está sendo veiculado em todo país. Com o slogan “A vida é mais forte que a aids”, a campanha utiliza o protagonismo de pessoas que vivem com o vírus como foco, de forma a combater a discriminação, o preconceito e o estigma que envolve a doença por meio da informação.
A campanha lança o conceito de Prevenção Posithiva, proposta de fazer a prevenção para as pessoas que vivem com HIV e aids e, assim, enfrentar o vírus. A advogada gaúcha de 60 anos e o ator e ativista Cazu Barroz, 34, transmitem a mensagem nos filmes de 30 segundos, em que falam que, mesmo com tratamento rigoroso, é possível viver com a aids. Os dois são soropositivos.
A partir do tratamento, as pessoas têm uma maior qualidade de vida, novas perspectivas, o desejo e o direito de se relacionarem afetivamente, trabalhar, estudar, ter filhos. Isso se tornou uma questão importante, não só para essas pessoas, mas para toda a sociedade.
Personagens do filme publicitário
Beatriz Pacheco – 60 anos
Nascida em Porto Alegre, Beatriz vive com HIV há 9 anos. Beatriz é advogada e desenvolve ações direcionadas para a prevenção da aids em mulheres e pessoas da terceira idade. É mãe de quatro filhos e avó de três netos.
Cazu Barroz – 34 anos
Nascido no Rio de Janeiro (RJ), o ator acredita que contraiu o HIV há 17 anos. A partir desse momento, começou a trabalhar como ativista do movimento de aids e trabalha com o grupo de Bandeirantes desenvolvendo ações informativas e de prevenção às DST/Aids.
Trabalhadores realizam atividades em vários países no Dia Mundial de Luta contra a Aids
Trabalhadores associados à Uni Américas, organização que reúne sindicatos de vários países, realizam ato simultâneo neste Dia Mundial de Luta contra a Aids.
Diversos estudos confirmam a eficiência do preservativo na prevenção da aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis. Em um estudo realizado recentemente na Universidade de Wisconsin (EUA), demonstrou-se que o correto e sistemático uso de preservativos em todas as relações sexuais apresenta uma eficácia estimada em 90-95% na prevenção da transmissão do HIV.
As relações sexuais sem proteção ainda são a principal causa da transmissão do HIV. “As campanhas de prevenção tem caráter permanente com o objetivo de esclarecer a população sobre os riscos e cuidados necessários para evitar a contaminação”, disse Adriana Magalhães, membro da Uni Américas. A dirigente destaca que esse trabalho não se limita apenas à prevenção, mais se estenda às garantias de direitos.
A Organização Mundial do Trabalho (OIT) estima que mais de 38 milhões de pessoas vivam com o HIV em todo o mundo e duas de cada três delas possuem emprego fixo. Esses números só reforçam a necessidade das empresas desenvolverem políticas que incluam prevenção e proteção aos portadores da doença.
O Brasil é referência no tratamento da doença, mas o acesso ao medicamento precisa ser ainda mais ampliado aqui e em outros países, enquanto isso não ocorrer grande número de pessoas continuarão morrendo por causa da aids. Estudo do OIT estima que cerca de 28 milhões de trabalhadores perderam a vida em conseqüência da doença, entre o início dos anos 80 e o ano passado.
Esse número pode chegar a 74 milhões nos próximos dez anos se o acesso ao tratamento adequado não for ampliado, o que transformaria o HIV/AIDS em uma das maiores causas de mortalidade no mundo do trabalho.
Aids no Brasil
Estima-se que 600 mil pessoas vivam com HIV e aids no Brasil, número que permanece estável desde 2000. Os dados fazem parte do Boletim Epidemiológico 2006, divulgado pelo Ministério da Saúde. O estudo revela ainda que entre 1980 e 2006 foram registrados no país 433 mil casos. Em 2005, a taxa de incidência ficou em 18 casos para cada grupo de 100 mil brasileiros, a menor desde 2002.
O maior aumento do número de casos foi verificado em pessoas com mais de 50 anos, em razão a resistência dos idosos em usar preservativos, ao mesmo tempo em que vem aumentando o uso de medicamentos que prolongam a vida sexual.
A boa notícia foi a queda de 51,51%, entre 1996 e 2005, nos casos de transmissão do vírus de mãe para filho.
fonte: FEEB/RS