13 DE MAIO: A LUTA CONTRA O RACISMO CONTINUA
Retransmitimos texto divulgado na edição de hoje do CNB Brasil, sobre a farsa da democracia racial no Brasil e a luta dos negros contra a discriminação racial, 111 anos depois do 13 de Maio da Lei Áurea. O boletim está disponível na home page da
CNB-CUT: www.cnbcut.com.br
A história do Brasil aponta que uma princesa alva e generosa pôs fim ao suplício de negros e negras com a assinatura da Lei Áurea. O movimento negro já há muito ressalta que, na verdade, a libertação dos escravos ocorreu pelo somatório de, no mínimo, três fatores: pressões externas; ações diretas de resistência dos negros e a inviabilidade econômica do regime escravocrata. Por isso o l3 de maio é, na realidade, o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo.
No entanto, passados 111 anos, a exclusão persiste. O negro mudou da senzala para a favela, e os grilhões foram transformados em desemprego. E o pior é que até bem pouco tempo, aos olhos do mundo, o Brasil era apontado como o país onde não existia discriminação racial. Felizmente, graças à denúncia feita pela CUT a organismos internacionais em 1992, essa imagem começou a ser desfeita e passou a ser exposta a dura realidade de negros e negras no país.
Mas foi em 1995 que os meios de comunicação não tiveram mais como esconder o verdadeiro representante da raça negra como símbolo de libertação, Zumbi dos Palmares. Nesse ano 30 mil trabalhadores integrantes de movimentos anti-racismo participaram do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, além de realizar diversas manifestações como a Jornada Zumbi pela Vida.
A política econômica e social de FHC tem contribuído para que aumentassem as desigualdades sociais. Nesse ponto, a mulher negra tem sido a principal vítima. Atualmente grande parte é responsável direta pelo sustento da família, mesmo assim, é quem recebe os menores salários.
Luta prossegue – Para o ano 2000, FHC e a Rede Globo armam grande circo para comemorar os 500 anos de descobrimento. Que, para os negros e negras, são 500 anos de invasão e exploração do Brasil, de trabalho escravo e genocídio dos índios.
O movimento negro, popular e sindical irá se contrapor e preparar grande atividade para celebrar os 500 anos de resistência indígena, negra e popular. De heróis e heroínas anônimos, que não constam dos livros de história e deram as vidas e o sangue pela liberdade.
3º Encontro anti-racismo
Acontece nos dias 20 e 21 de maio o 3º Encontro anti-racismo da CUT. O evento contará com a participação de 300 delegados que debaterão os temas: ações afirmativas, desemprego, políticas públicas, geração de emprego. Será eleita também a nova Comissão anti-racismo.
fonte: AFUBESP