Depois de ação judicial, bancário demitido injustamente é reintegrado em Rondônia
Portador de LER/Dort, trabalhador foi dispensado três meses após de seu retorno do INSS, sem justificativas
Após 11 meses de espera, o bancário João Roberto de Araújo foi reintegrado em agência do Santander em Porto Velho (RO) no último mês graças a ação impetrada pelo sindicato do estado na Justiça do Trabalho. Com mais de 28 anos de banco, ele havia sido demitido em agosto do ano passado mesmo sendo portador de LER/Dort.
Segundo João Roberto, a demissão foi feita três meses após de seu retorno do INSS, sem justificativas, o que tornou o momento mais difícil. Questionado sobre a demissão arbitrária, o banco alegou que o funcionário contraiu a doença fora do trabalho. Foram longos meses de expectativa, contando com o apoio do sindicato e de dirigentes da Afubesp como Wagner Cabanal em prol da reintegração.
“Por mais que se fale, ninguém sabe exatamente o que sentimos quando somos demitidos. É algo desesperador”, relata o bancário. “É uma vida dedicada ao trabalho, e ficar desempregado com 48 anos de idade, duas filhas e um bebê no ventre da esposa, é inimaginável.”
Em sentença de maio deste ano proferida pela Juíza do Trabalho Elisa Augusta de Souza Tavares, da 7ª Vara do Trabalho de Porto Velho, o Santander foi condenado a reintegrar o bancário sob pena de multa diária de R$ 1 mil, o que não foi cumprido. Então, a Justiça aumentou a multa para R$ 2 mil. Somente após esse “reajuste”, o banco decidiu reintegrar o funcionário.
O que João passou é, infelizmente, mais comum do que imaginamos – resultado da prática de demissões imotivadas do Santander. Em meio às dificuldades, fez psicoterapia e conseguiu lidar com a situação. Para ele, este acompanhamento psicológico foi essencial na superação do episódio. O coordenador de atendimento afirma que foi bem recebido pelos colegas em seu retorno.
(Afubesp com informações do Seeb-RO)